Uma longa pré-época
Substituição do ano – esta:
O verdadeiro, os outros 3 eram impostores
'Home to Sheffield United' is deemed an inadequate explanation (em relação ao "ter" de declinar um convite para um "qualquer casamento")
Neste excerto do fabuloso "Fever Pitch" de Nick Hornby (e a propósito do mesmo não há como não ler isto), está contida toda a verdade acerca da minha relação actual com o mundo da bola. Nunca fui um "die-hard", daqueles que não falha nenhum jogo seja em casa ou fora, mas consegui ter - ou tinha conseguido, até agora - a minha presença nos jogos do Benfica bastante bem definida, e curiosamente próxima àquela que Hornby descreve como a sua: jogos em casa, cativo oblige, e meia-dúzia de jogos fora durante a época.
Acontece que na jornada passada, e apesar do dito cativo, não fui ao Estádio. E porquê? Por causa de um jantar com colegas do trabalho. Dito assim, e visto de fora, pode parecer uma de duas coisas: uma decisão compreensível e racional; ou uma desculpa completamente desadequada - para a minha falha perante a Luz.
Preocupa-me que tenha chegado àquela altura da minha vida em que, para além de ter de escolher entre este tipo de eventos e um jogo na Luz... "Tenha" de escolher o evento. Até agora, por manifesta sorte, não tinha tido escolha (também falhei o Benfica - Nacional desta época mas nesse dia fiquei a trabalhar até tarde, o que obviamente foi tudo menos escolha - e ainda assim, uma vez sabendo que ia ficar até tarde optei por sair ainda mais tarde e interrompi o trabalho para ir ver a segunda parte a um café). Mas chegado o momento da escolha, vacilei, e isso surpreendeu-me.
O engraçado destas coisas é que mais uma vez o karma fez o favor de me mostrar que existe e que, quando quer, é lixado (com F maiúsculo): o restaurante nem televisão tinha.
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Paradoxically, when the game means something then the identity of the opponents signifies less. E isto notou-se neste jogo, com a Luz a encher-se de brio e a tornar-se no jogador que faltou em campo nos últimos 20 minutos de jogo, jogo esse que iria sempre permitir ganhar pontos a algum dos rivais (veio a verificar-se que na verdade foi a ambos, uma vez que nenhum dos dois jogou...).
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"Fever Pitch", de Nick Hornby, uma lição sobre a "nossa" forma de ver futebol. Está tudo lá, e se com as duas frases neste post e o excerto acompanhado da respectiva dissertação do M. não concordam... Não são dos nossos.
Um ano de seca de posts. Sim, a partir do jogo em Nuremberga o ano passado foi sempre a descer, o que claramente não dá grande inspiração a posts que se queriam regulares a seguir a cada jogo do Benfica...
Nunca imaginei que uma vitória do Benfica me conseguisse deixar deprimido... Mas este é mesmo um ano sui generis, e contra o Nuremberga os que estiveram em campo com a nossa camisola fizeram questão de mo provar uma vez mais.
No Velho Estilo Ultras, no Encarnado e Branco, no Calcio Rosso, ate' no Pontape' na Logica... Assim como que uma resposta aos "Ruis", como o dos comentarios anteriores. Para ler e reflectir...
No passado sábado passaram-se coisas no Estádio da Luz que nunca pensei serem possíveis na nossa própria “casa” – e as aspas são tudo menos inocentes, já que o Estádio tem cada vez menos de nosso e de casa já não tem mesmo nada...
Vou passar esta semana tranquilo, ao contrário de muito boa gente. Vantagens de ter poucas ilusões com esta equipa que se vai arrastando dentro de campo. Vantagens porque é uma boa coisa passar a semana sem estar constantemente a transportar-me para o próximo fim-de-semana...
Ao ver os gestos de Mourinho, e pondo de parte possíveis ódios ou admirações que a sua personalidade inevitavelmente acarreta, no final do jogo que ditou o adeus do Chelski ao campeonato deste ano, só posso ficar com inveja. Inveja dos adeptos, por terem quem se lhes dirija assim depois de um derby; inveja da reacção dos adeptos, ao darem uma standing ovation à sua equipa depois de um empate que lhes custou a possibilidade do título; mas principalmente inveja de Mourinho, ou melhor, inveja do clube que tem um treinador que chega ao fim com os principais objectivos da época perdidos e que ainda assim diz, num pedido aos seus adeptos pleno de razão: “chin up”.
Num dia em que boa parte das conversas de bola são sobre o golo (sem dúvida fabuloso) do Messi frente ao Getafe, e óbvias comparações surgem, lembrei-me que não pus no post sobre a ida a Barna uma imagem, que hoje se aplica mais que nunca:
Carros, vans e autocarros com matrícula portuguesa, centenas de kms Espanha adentro. Apitadelas, sinais de luzes e cachecóis vermelhos à janela. Ainda assim, o ano passado parecíamos mais...
Já lá vai algum tempo desde que escrevi aqui alguma coisa, por isso obviamente não vou estar a “desfiar” considerações sobre todos os jogos que o Benfica fez neste espaço de tempo. Espaço esse que nos viu chegar ao quartos-de-final da UEFA (sendo aí eliminados, vá lá que por uma equipa que me merece toda a consideração), durante o qual nos aproximámos a um mísero ponto da liderança e que entretanto já deixámos aumentar para 5. Espaço que parece querer desmoronar o que de bom esta época nos estava a dar...
Ao invés de falar sobre as exibições da equipa, escolhas do treinador, forma dos jogadores ou toda a sequência de jogos que fizemos, decidi que seria mais interessante recordar os dias que passei em Barna ao acompanhar o Benfica no jogo da primeira mão contra o RCDE. O que se segue é isso apenas e só isso mesmo: recordações, memórias, em vez de considerações e comentários. Enjoy.
Sobre o Aves - Benfica não vou falar muito, a não ser que espero que todas as nossas exibições semelhantes à que fizemos acabem com o mesmo resultado desta.
Estava a escrever o post sobre o Benfica - Paços de Ferreira quando soube que o Bento, o nosso grande guarda-redes, já não se encontra connosco. Ainda ontem esteve na gala de aniversário do Benfica, e já hoje...
Estes três jogos resumem-se todos num espírito comum, numa mensagem comum que a equipa teima em fazer passar para os adeptos: Acreditem.
... percebeu-se o erro que foi a dispensa do Fonseca. Esse ao menos dava uma lição de entrega a alguns que andaram perdidos em campo.
Não me vou pôr a discorrer sobre o (determinante, neste jogo) factor sorte/azar. Mais do que as bolas aos ferros do jogo do passado fim-de-semana, mais do que as oportunidades falhadas, mais do que a boa exibição da equipa, mais do que o bom apoio vindo de cerca de 50.000 benfiquistas nas bancadas, o que é importante retirar deste jogo (e do fim-de-semana) consiste num simples número: 4. E não estou a falar das bolas ao poste.
... and take over.