segunda-feira, janeiro 29, 2007

Belenenses – Benfica: Benfiquistas of the world unite

... and take over.

O que é que nos leva a sair num sábado à noite, com uma temperatura de cerca de 5º, para irmos até um estádio ver um jogo que podíamos ver a partir do calor de casa e do conforto do sofá, ou numa qualquer tasca com $portv, mais protegidos do frio, sentados na companhia de alguns amigos e umas cervejas à frente? Porque é que gastamos tanto dinheiro, ainda que este jogo tenha sido uma saudável excepção nos preços disponíveis para o topo norte do Restelo, porque é que nos expomos ao humor da meteorologia e à aleatoriedade da acção de uns animais que vestem de azul (não, não me refiro aos tripeiros de Lisboa, o azul destes é mais escuro e equipam “à Robocop”)? A resposta é mais simples do que parece e está espelhada num grito que costuma aparecer num certo topo da Luz: nós, que amamos o Benfica, somos assim!

Já tinha saudades de uma saída, este ano a única – sim, penitencio-me por isso – tinha sido a Leiria. Há uma sensação diferente em nos concentrarmos num espaço que não é o nosso, que não nos é familiar, aquela sensação de invasão de uma propriedade que não nos pertence mas que dominamos a partir do momento em que chegamos... As deslocações têm o seu quê de bélico, de conquista de um território “estrangeiro”, de vitória em casa alheia, de afirmação da extensão do nosso poder – tudo contribui para a magia de uma boa saída. Claro que tudo isto é subjectivo no caso de Belém, que é apenas outro bairro na mesma cidade, mas os tripeiros de Lisboa fazem questão de nos mostrar o quanto lhes custa o nosso domínio e a nossa presença – o que acaba por nos dar ainda mais satisfação, e desde já lhes agradeço por isso.

Quanto ao jogo em si não há muito a realçar para além da nossa eficácia. Aproveitámos com pragmatismo a derrota tripeira da noite anterior, e eis que a “vantagem segura” já não é assim tão confortável quanto isso. Estamos mais perto, a 5 pontos de distância quando ainda há 42 em disputa... É altura de mostrarmos a nossa força e união, todos à Luz, todos pelo Benfica e todos pela vitória.

Vamos a eles.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Benfica – Leiria: Déjà Vu

Esta eliminatória com o Leiria fez-me lembrar outra de há dois anos atrás contra o Nacional, também na Luz.

Durante toda uma parte os jogadores decidem que não querem jogar à bola, que preferem descansar um bocado. Na bancada luta-se contra o sono e tenta-se acordar jogadores, treinador e o resto do Estádio com as nossas gargantas. Assim é (ainda mais) difícil.

Chega-se ao intervalo com a esperança de que algo mude, que nos decidamos a trocar a bola como deve ser (é-me impossível não falar do Benfica na primeira pessoa do plural, mesmo depois de uma primeira parte como a de ontem – quem decidiu não jogar foram os onze que lá andavam, não “o” Benfica), a atacar como uma equipa e a despachar a eliminatória. Afinal os lagartos já estão na próxima eliminatória, e só a hipótese de mais um derby para a Taça faz-nos crescer água na boca... Quem não se lembra da época de há 2 anos?

Recomeça o jogo e finalmente parecemos uma equipa, trocamos bem a bola, pressionamos, jogamos como “o” Benfica joga. Até que aparece o balde de água fria, sempre imerecido, sempre da única vez que os outros lá vão, sempre numa falha de marcação parva. Duvido que alguma vez aprendamos.

O lance do golo é todo ele um déjà vu: o livre é bem marcado, tenso, e a bola cai no coração da grande área, ainda longe de Quim e no sítio onde não está nenhum dos centrais, que foram atraídos para longe daquela zona. Simples, previsível, e ainda assim somos sempre, sempre comidos. Como fomos em Manchester, e mais do que uma vez.

Mas se há coisa que o ano em que fomos campeões devolveu, e que teve continuação com a campanha na Champions do ano passado, foi “a” Luz. Uma Luz capaz de carregar a equipa e fazê-la acreditar. De partir para cima dos outros, sejam eles o Leiria ou o Liverpool, sem medos ou tremideiras, porque nós somos “o” Benfica e aquele Estádio é nosso.

Carregamos no campo, cantamos na bancada e acreditamos uns e outros, mas a bola teima em não entrar por todas as razões e mais alguma. Até que num livre fazemos o empate, e na minha cabeça a vitória passa a ser uma certeza. Tenho a certeza que marcamos mais um, tenho a certeza que o jogo nem vai a prolongamento. Olho para as caras dos leirienses, semblantes carregados, descrentes, amedrontados. É isto que temos que provocar nos que visitam a Luz – sempre.

Até que chega o golo do Mantorras. O golo vitorioso, salvador, a 5 minutos do fim, ritual tão (decisivamente) repetido no ano do título. O golo, a festa, tudo é também um déjà vu, (mais) um sinal a dizer-me que este ano ainda não acabou. A dizer-me (como se ainda precisasse) para acreditar.

Está tudo lá. Só temos que ser “o” Benfica.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

A mística não é só uma palavra

Cor de rosa?
Não obrigado.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Académica - Benfica: mission accomplished

A exibição do Benfica ontem tem bastante que ver com a minha escrita destes posts: conseguir o objectivo pretendido, mas ainda à procura da melhor maneira de o fazer.

Interessava ganhar os 3 pontos e encurtar a distância dos lagartos para 1 mísero ponto. Agora vem um fim-de-semana em que temos que ganhar (para continuar na Taça) e outro a seguir em que... temos que ganhar. Porque por esta altura já estamos a fazer contas a deslizes dos tripeiros, e não podemos deslizar mais nenhuma vez. É vencer sempre, e para isso há que recuperar um pouco do espírito com que fomos campeões.

Esse é o espírito que o Benfica precisa. Não é à toa que recebi uma mensagem às 07h35 da manhã do dia seguinte a termos levado 3 em Braga que grita: "Vamos ser campeões!!!". Não é à toa que não a apaguei. Há toda uma promessa, sub-entendida, no simples gesto de não a apagar do meu telemóvel. É porque acredito que ainda me vai ser útil.

E vai.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

The times they are a-changin'

O passado fim-de-semana foi pródigo no reviver do Futebol (assim mesmo, com letra grande) quando ainda era festa do e para o povo, e não uma indú$tria que desconsidera aqueles que a sustentam. Foi fim-de-semana de Taça de Portugal, e houve, efectivamente, taça.

O Benfica recebeu em casa o modesto Oliveira do Bairro, e mais do que o jogo, o resultado ou a exibição da equipa ou jogadores, o que ficou, para servir de lição (a quem quiser aprender...), foi a festa do Futebol feita às 16h por 35000 pessoas. Meia Luz para ver uma eliminatória, a primeira onde o Benfica entrava, contra uma equipa da II Divisão série C não é só justificada pela desapropriada paragem que o campeonato teve, é um sinal que bastam preços mais justos e horários mais adequados para combater eficazmente a desertificação dos estádios portugueses que (apenas aparentemente) preocupa os dirigentes desportivos.

Foi uma tarde para lembrar tempos não tão distantes assim, em que cada dia de jogo era uma festa, famílias inteiras iam ao Estádio, o sol iluminava a partida durante os 90 minutos e o ambiente era sempre especial: eram tempos em que se começava a sentir a magia da Luz quando ainda se circundava o Estádio naquele anel cimentado exterior, e o burburinho crescente à medida que se descia (ou subia) as escadas nos túneis de acesso às bancadas fazia com que a ansiedade fosse aumentando, e aumentando, até que se vislumbrava um pequeno pedaço verde do relvado: a partir daí era sentirmo-nos extasiados, e cada vez mais pequenos, à medida em que mais relvado, mais bancada e mais pessoas iam surgindo ao fundo do túnel até este acabar, e vermos a Luz em toda a sua imponência. Era impossível aquilo não mexer connosco.

Outras equipas povoavam então o nosso Futebol e, apesar de já não ser do meu tempo, como não fazer referência ao Atlético, que "fez taça" ao eliminar os tripeiros na sua própria casa? Mais do que a satisfação que me deu a eliminação dos do Norte (que também deu, obviamente), foi o relembrar por momentos de uma equipa que nunca há de deixar de ser histórica e é das poucas que conserva orgulhosamente o seu bairrismo, tão característico que era no início do nosso Futebol.

A velha Tapadinha, tal como a Luz, ainda conserva a sua magia.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

A ressaca

Inspirado por leituras que tenho feito noutros blogs (tais como este, este ou este, aqui especialmente desta autoria), resolvi escrever sobre o Benfica, isto numa altura em que tivemos uma incompreensível paragem de um mês no futebol nacional.

Tanto tempo sem bola, sem a emoção do jogo, sem o convívio pré-jogo, sem estádio faz mal. Dou por mim a imaginar as jogadas a que vou assistir no próximo jogo (onde os nossos fazem sempre tudo na perfeição), os golos que vão marcar (todos de antologia, e nunca em número pequeno), o estádio sempre cheio a apoiar, o Inferno da Luz a atemorizar os nossos adversários. E eu lá no meio, no sector de sempre, fascinado com tudo, como quando entrei na antiga Luz pela primeira vez.

Quando finalmente consigo desviar o meu pensamento de tudo o que aí vem, o que não é nada fácil, revejo momentos dos jogos até agora. Como é natural, aparecem à cabeça os grandes golos (allo allo Miccoli) e os bons momentos (allo allo Alvalade), aqueles de que ainda nos vamos lembrar daqui a uns belos tempos. Depois... Depois é que é pior.

Começo a lembrar-me do que correu mal (e este ano não tem sido pouco...), e daqueles momentos em que dava tudo para poder ser quem errou na marcação, quem falhou um golo... Aqueles momentos em que acreditamos (sim, nós, porque sei que não sou só eu que me sinto assim) que se tivessem corrido de outra maneira, tudo tinha corrido na perfeição.

Revejo a bola ao poste do Paulo Jorge em Copenhaga (jogámos horrivelmente, ou melhor, não jogámos mas nada disso importaria se aquela tivesse bola tivesse batido 10 centímetros mais à direita). A bola ao poste do Nuno Assis em Glasgow, onde também jogámos pessimamente, mas que nos ia fazer dar a volta ao jogo que estávamos a fazer e assegurar o precioso empate. O golo sofrido estupidamente no Dragão já depois dos 90 minutos (se eu fosse o Léo não tinha saído para receber assistência, se eu fosse o Nuno Assis já sabia onde a bola ia cair e antecipava-me, se eu fosse o Quim mandava-me para onde a bola foi...). O golo que nos matou na Champions, aos 47 minutos da primeira parte em Manchester... Era só ir para o intervalo a ganhar e tenho a certeza que os ingleses entravam em força na segunda parte mas à toa, e nós matávamos o jogo à nossa maneira (allo allo Liverpool). E continuávamos na Champions. Onde íamos jogar com o Real Madrid. Que íamos despachar sem espinhas. E ganhar a Champions. Claro.

Ainda assim, e porque sou daqueles incorrigíveis, acredito que vamos aprender com tudo o que correu mal até agora e vamos melhorar tudo. Vamos ganhar todos os jogos às equipas pequenas para o campeonato, cilindrar nos clássicos em casa (por falar nisso, ninguém me tira da cabeça que se aquela à barra do Miccoli em Alvalade entra arrancávamos para um “tratado” histórico – assim foi “só” mais uma vitória em casa deles por 2-0) e ser campeões. E ganhar a UEFA. Comigo em Glasgow. Claro.

PS – Tudo isto porque amanhã há taça. Contra o Oliveira do Bairro, na Luz. Mas isso não interessa, é o Benfica que joga. Finalmente.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

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A partir deste momento, e até não se sabe bem quando, os posts vão ser só relativos ao Benfica ou à "bola" em geral. Enjoy.